A CPMI do oito de janeiro ouve na próxima terça-feira o ex-ministro do gabinete de segurança institucional, Augusto Heleno.
O General será questionado sobre a reunião de Jair Bolsonaro com comandantes militares para apresentar um suposto plano de golpe para reverter a derrota na eleição.
Heleno deve reafirmar que não participou de reuniões com teor golpista.
A CPMI mista vai votar mais dois requerimentos de convocação: do ex-comandante da Marinha, Almirante Garnier, e de Felipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro.
Os dois foram citados pelo tenente-coronel Mauro Cid em depoimento à Polícia Federal.
O ex-ajudante de ordens disse em delação premiada que Felipe Martins levou ao então presidente uma minuta prevendo intervenção militar e prisão de adversários e integrantes do judiciário.
Segundo Mauro Cid, Garnier foi o único comandante das forças armadas a apoiar a ideia e colocar a tropa à disposição.
A reunião aconteceu duas semanas após o segundo turno. O acordo de delação exige que Cid apresente provas. Garnier ainda não se manifestou sobre a denúncia.
Na véspera da votação, ele postou numa rede social uma foto de embarcações, com a mensagem: "parafraseando o grande almirante barroso, comandante chefe da esquadra brasileira, no momento mais crítico da guerra da tríplice aliança, digo-lhes: nunca parem de lutar.
Após a delação de Mauro Cid, o ministro da defesa admitiu ter notado em Garnier uma postura não convencional numa transição de governo.
“Ele não me recebeu, eu percebia, os outros comandantes me receberam. Não sei se ele tinha aspirações golpistas, mas a gente via, os jornais falavam. Era outro governo, outros comandantes, outro presidente de República”, disse Mucio.
A previsão é de que a CPMI do 8 de janeiro conclua os trabalhos em outubro. O relatório da senadora Eliziane Gama deve ser apresentado no dia 17.