General Freire Gomes responde mais de 300 perguntas em depoimento na PF

A intenção é manter o que foi dito em sigilo, tanto que nem a defesa pôde levar uma cópia do depoimento

Por Túlio Amâncio

O depoimento do general Freire Gomes à Policia Federal durou mais de sete horas. Um dos mais longos do inquérito. A polícia federal já tinha um roteiro com cerca de 80 perguntas. 

Mas o general foi trazendo tantos detalhes que, no fim respondeu mais de 300 questionamentos. A intenção é manter o que foi dito em sigilo, tanto que nem a defesa pôde levar uma cópia do depoimento.

Mas fontes ligadas a freire gomes, disseram que ele afirmou que os acampamentos nas portas dos quartéis pedindo intervenção militar não foram desmontados a mando do então presidente Jair Bolsonaro. 

A PF também questionou o general sobre uma nota conjunta assinada pelos comandantes do exército, marinha e aeronáutica, em novembro de 2022, defendendo o direito de manifestação dos acampados. O militar afirmou que a declaração foi ideia do então ministro da defesa, Paulo Sergio Nogueira.

General Freire Gomes responde mais de 300 perguntas (Foto: Alan Santos/PR)

O ex-comandante admitiu ainda que no dia 29 de dezembro, mandou suspender a ordem do general Gustavo Henrique Dutra, então comandante militar do planalto, que determinou o desmonte do acampamento na porta do QG em Brasília. Isso, porque Bolsonaro não tinha autorizado a ação.

Segundo fontes, freire gomes confirmou o que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, mauro cid, afirmou em delação: houve uma reunião, com a presença de Bolsonaro, onde uma minuta considerada golpista pela PF foi apresentada aos chefes das forças. Apenas o comandante da Marinha, Almirante Garnier, teria topado a aventura. 

O "não" do líder do Exército teria irritado os militares ligados a Bolsonaro. Em uma troca de mensagens com outro militar, o general Braga Neto, ex-ministro e candidato a vice de Bolsonaro, ofende freire gomes e reclama que ele não quis aderir ao movimento golpista.

Nas próximas semanas, a PF deve convocar o delator Mauro Cid para um novo interrogatório. Como novos fatos foram descobertos, os investigadores acreditam que Cid possa contribuir com detalhes sobre a atuação de cada militar no suposto roteiro da tentativa de golpe.

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