Os guardas-civis metropolitanos e ex-agentes acusados de formarem a 'milícia na cracolândia' em São Paulo viraram réus após a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público contra os acusados. A promotoria defende penas duras aos agentes públicos envolvidos com o PCC na região central da capital paulista.
O grupo, segundo a promotoria, não só deixou de combater o tráfico de drogas na região como também se beneficiou da desordem na área que se degrada a cada dia. Elisson de Assis e os guardas, Tiago Moreira da Silva, Antonio Carlos Amorim Oliveira e Renata de Freitas Scorsafava viraram réus por formação de milícia privada, concussão, quando o servidor exige vantagem indevida em razão do cargo e lavagem de dinheiro.
Dos quatro réus, apenas Renata está em liberdade. O esquema foi denunciado em junho do ano passado pelo Jornal da Band. A matéria serviu de base para o Ministério Público, que constatou o grupo extorquia comerciantes da região. Quem se negava a pagar era ameaçado e sofria retaliações.
Os guardas moviam o fluxo de usuários de droga de acordo com quem pagava ou não a propina. Além de cobrarem até R$ 50 mil dos lojistas para retirar usuários dali. A investigação também descobriu que a maior recicladora de alumínio do mundo comprou matéria-prima de uma empresa acusada de pagar cachaça para dependentes químicos que traziam cobre e alumínio para vender na região da cracolândia.
A Novelis pagou mais de R$ 432 mil pelo material à empresa Minas Reciclagem. Em nota, a empresa afirmou repudiar a conduta do fornecedor, com quem rompeu a relação comercial.
Apesar da segurança reforçada, Cracolândia vive mais uma noite de conflitos
Agência Brasil