Em meio a críticas do presidente Lula ao atual chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto, o Senado aprovou o novo nome que irá presidir a autarquia a partir de 2026: Gabriel Galípolo. Com 66 votos a 5, os senadores aceitaram a indicação de Lula, mas questionaram sobre possíveis pressões do chefe do Executivo com as decisões do BC.
Ao responder o questionamento, Galípolo afastou rumores da influência de Lula no Banco Central. "A verdade é que eu nunca sofri nenhuma pressão. Seria muito leviano dizer que o presidente Lula fez qualquer tipo de pressão em cima de mim, sobre qualquer tipo de decisão", afirmou.
"É uma questão você atender o que é arcabouço institucional e legal do Banco Central, o que é a função do diretor do Banco Central ou do presidente do BC e tomar a decisão de acordo com a consciência", pontuou Galípolo.
Desde que tomou posse como diretor de política monetária do Banco Central, Galípolo participou de nove reuniões do Copom, o comitê de política monetária. Ele votou com Roberto Campos Neto em oito, sete vezes por redução de 0,5% no juros-base e duas vezes pela manutenção em 10,5% ao ano.
Enquanto o Senado debatia o nome de Galípolo, Lula voltou a criticar a taxa de juros. "Eu estou muito feliz porque a economia está razoável, a taxa de juros ainda é a mais alta, mas ela haverá de ceder", afirmou o presidente.
Galípolo deve assumir a cadeira de Campos Neto e terá a partir de janeiro quatro anos à frente do Banco Central. O período no cargo não coincide com o mandato do presidente da República, para manter a independência do Banco Central. Como esperado, Galípolo foi aprovado também no plenário, sem sustos.