Na casa do primo, na grande São Paulo, Ahmad Aidibi busca, a todo momento, informações sobre o estado de saúde da esposa e dos filhos, feridos após bombardeio israelense no Líbano.
A família Ahmad mora na cidade de Saddikine, no sul libanês, a 100 quilômetros da capital Beirute e a 10 da fronteira com Israel. A casa foi destruída após um bombardeio, no último sábado (1º). A esposa e dois dos quatro filhos ficaram feridos no ataque. As outras duas crianças estavam na casa da avó.
A família ainda está internada. A mulher, Fátima Boustani, ficou gravemente ferida. Nesta segunda-feira (3), teve uma melhora. Zahraa, de 10 anos, precisou passar por cirurgias na perna. Ali, de 9 anos, teve ferimentos leves. A família quer que todos sejam transferidos para a capital do Líbano e depois venham o mais rápido para o Brasil.
Ahmad, a mulher e os filhos têm família no Brasil e passam temporadas aqui. Fátima foi com as crianças para o Líbano para eles concluírem o período escolar. Ahmed ficou em São Paulo, procurando emprego.
A família do Ahmad já tinha planejado morar definitivamente no Brasil, a partir do segundo semestre. Todos têm cidadania brasileira, exceto o Ahmad, que entrou com o processo de cidadania. Inclusive, a Zahraa nasceu na cidade de Itapevi, na Grande São Paulo.
Segundo a Agência Nacional de Informação do Líbano, o ataque veio de Israel. Desde outubro, o país liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está em guerra, na Faixa de Gaza, contra o Hamas. O grupo terrorista tem o apoio do grupo extremista libanês Hezbollah.
O Itamaraty afirmou que a Embaixada do Brasil em Beirute está em contato com os familiares e que uma equipe médica presta apoio. Além disso, destacou que, desde o começo do conflito, mantém contato regular com os brasileiros que moram no sul do Líbano.
Ahmad faz um apelo para o governo brasileiro tirar sua família da área de conflito e lembra que crianças são inocentes na guerra.