Falta de insulina no SUS deve diminuir após contrato do governo com fabricante mineira

Ministério da Saúde disse que avalia a ampliação dos tipos de insulina no SUS, para manter o abastecimento

Filipe Peixoto

A falta de insulina no SUS, um problema que o Jornal da Band mostrou nesta semana, pode diminuir com um contrato fechado pelo governo com uma fábrica em Minas Gerais Ter diabetes é viver uma rotina de incerteza, principalmente para quem depende do SUS para se medicar. 

Um dos motivos pela falta do suplemento é que o governo brasileiro fornece insulinas mais antigas, da década de 80, que estão com fabricação reduzida no mundo. Hoje, existem opções mais modernas, as "insulinas análogas".

“Eles conseguem fazer um controle muito melhor exatamente como um pâncreas natural faz Já está na hora já da gente migrar”, disse Fadlo Fraige, presidente da Federação Internacional de Diabetes para América Latina ao Jornal da Band. 

Neste mês, a comissão que incorpora remédios ao SUS recomendou a inclusão de insulinas modernas. A decisão final ainda não saiu. Especialistas e entidades na área da saúde alertam que só provar, no papel, novos tipos de insulina não é o suficiente. 

Em algumas regiões, as prefeituras e os governos estaduais, há alguns anos, já fornecem tratamentos mais modernos para diabéticos, mas também há reclamações de desabastecimento. 

Eva conseguiu uma insulina moderna para o filho, mas o remédio ficou em falta e ela teve que gastar mais de mil reais na farmácia.

“Tive que comprar, usa cartão de crédito, se vira dali, se vira daqui..”, disse a comerciante ao Jornal da Band. 

Em abril, uma nova fábrica de insulina foi inaugurada em Minas Gerais, com mais de 300 milhões de reais de bancos públicos. Na época, o governo federal anunciou que a empresa resolveria o problema do abastecimento. Sete meses depois, nenhuma dose chegou ao SUS. A produção está direcionada ao mercado privado.

A fabricante BIOMM informou que, em setembro, venceu uma licitação para fornecer ao SUS cerca de três milhões de unidades de insulina o que seria suficiente para a demanda brasileira por três meses. A entrega deve começar daqui a 60 dias.

O Ministério da Saúde disse que avalia a ampliação dos tipos de insulina no SUS, para manter o abastecimento.

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