Falsos indígenas do povo Pataxó atacam fazendas na Bahia

Mais de 40 fazendas produtivas foram invadidas na costa do extremo sul da Bahia

Valteno de Oliveira

Nos últimos 5 meses, mais de 40 fazendas produtivas no litoral sul da Bahia foram invadidas por indígenas que se dizem pertencentes do povo Pataxó. As fazendas produzem gado, cacau, café e frutas e a região é ameaçada pelos homens que se apresentam como caciques e indígenas da etnia. 

Em vídeo que foi destinado à Band, o cacique se apresenta e faz a ação criminosa. O alvo é uma fazenda de eucalipto em Porto Seguro. No vídeo, ele fala que a ação criminosa de colocar fogo na fazenda ocorre por prenderem um caminhão com madeira que foi retirada por eles. “Até que solte o rapaz e libere o caminhão porque se não fazer isso nós vamos queimar tudo, vai ficar tudo queimado. Porque esse território não é de ninguém não. O território é nosso”, diz ele, em vídeo. 

Os criminosos também invadiram outra fazenda em Prado. A família do proprietário tem o título da terra desde 1972. Ele comprou e pagou pelo terreno, mas até agora, não conseguiu reaver a área onde cria gado e cultiva eucalipto, pimenta-do-reino e café. O sócio dele já recebeu diversas ameaças e não quis se identificar. 

“Um absurdo né. Fizemos esse plantio de eucalipto há dez anos atrás, e bem no momento que estamos esperando para colher os frutos, nós somos invadidos. Os prestadores de serviços que estavam realizando a colheita no local foram feitos reféns. Só foram liberados depois que liberaram uma quantia de óleo diesel", conta. 

Os donos tentaram registrar os estragos, mas os invasores atiraram no drone utilizado pelos sócios. “Atiraram no drone de arma de grosso calibre. Calibre 12.  E nós pudemos filmar dentro da propriedade duas viaturas que estavam roubadas, uma da funai  e a outra da sesai... Eles entraram em uma dessas viaturas , vieram em alta velocidade contra a gente, com 4 homens armados, dentro da viatura”, diz o sócio. 

O povo Pataxó já é dono de uma área de 11 mil hectares, mas querem ampliá-la para 52 mil hectares, ocupando terras públicas e privadas. Embora a demarcação da terra indígena Barra Velha esteja em curso há mais de 10 anos pela FUNAI, cerca de 30 mil são áreas públicas e 27 mil terras particulares. Enquanto a decisão judicial não vem, grupos que se passam por indígenas tocam o terror na região. 

A Band tenta respostas da Fundação Nacional do Índio desde fevereiro, mas não obteve manifestação. Já a Polícia Federal não comenta sobre investigações em curso. 

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