Falhas graves na segurança, omissão do governo do Distrito Federal e conivência policial. A combinação que permitiu o ataque de vândalos no Planalto, no Congresso e no Supremo.
A marcha de 8 quilômetros em direção ao local do ataque teve a escolta da polícia militar do distrito federal. Em frente ao congresso, um efetivo tímido tentou impedir o avanço dos bolsonaristas usando spray de pimenta e grades de metal.
Policiais assistiam e gravavam enquanto a multidão invadia o congresso nacional. Dentro do prédio tropa de choque parada - permitindo a entrada dos terroristas.
Já durante o controle da situação e prisão dos envolvidos houve discussão entre policiais.
“Esses policiais que não tomaram essa atitude não responderão apenas por prevaricação, eles responderão pelos crimes cometidos pelos golpistas, atentado às instituições democráticas, danos, esses policiais responderão por todos esses crimes pela omissão que eles tomaram”, disse o especialista em relações civis-militares, Luiz Alexandre Souza da Costa
Na véspera do ataque, mais de 100 ônibus levaram quatro mil bolsonaristas para Brasília. A Associação Brasileira de Inteligência chegou a emitir alertas sobre o risco de ataques. Mesmo assim, não teve reforço.
“Acho que foram cometidos erros que acumularam e que permitiram que esses manifestantes se sentissem à vontade para esses atos, mas acho que devem receber a punição exemplar da força da lei”, disse o ex-ministro da Defesa, Dilma Rousseff, Aldo Rebelo.
No fim da tarde deste domingo (8), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi afastado do cargo por 90 dias. De acordo com a decisão do Supremo Tribunal Federal, houve omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência.
Uma hora antes dos ataques, o secretário de segurança interino, Fernando Oliveira, mandou um áudio informando o governador que era uma manifestação pacífica.
“Tá um clima bem tranquilo, bem ameno. Uma movimentação bem suave e a manifestação totalmente pacífica até agora. Nossa inteligência tá monitorando, não há nenhum informe de questão de agressividade, ligada a esse tipo de comportamento”, disse.
“As autoridades subestimaram o que iria acontecer, simplesmente subestimaram, não acreditaram que a depredação fosse tão grande, que a coragem desses golpistas fosse tão grande afim de invadir os três palácios e praticamente destruí-los, então há uma leniência e uma incompetência muito grande por parte dessas autoridades que precisa ser apurada”, explica o especialista em relações civis-militares, Luiz Alexandre Souza da Costa.