Exclusivo: fotos mostram falha em arma de policial morto em confronto com suspeito em SP

O investigador Alessandro Roberto de Medeiros acabou baleado durante ocorrência de feminicídio em Cotia

Márcio Campos, do Jornal da Band

Imagens obtidas com exclusividade pelo jornalismo da Band comprovam falha na arma do policial civil morto quando confrontou o suspeito de caso de feminicídio em um condomínio de Cotia, na grande São Paulo, na última segunda-feira (19)

Nas fotos feitas após a apreensão, é possível ver que o ferrolho da arma do investigador Alessandro Roberto de Medeiros ficou deslocado para trás, e que há uma cápsula dentro que não foi ejetada, ficando presa. A arma é modelo Taurus calibre .40, modelo 24/7, identificada com o brasão do estado de São Paulo e da Polícia Civil. 

Capsula não ejetada na arma do investigador Alessandro (Foto: Jornal da Band)

“Imagino que a arma foi disparada, o ferrolho não teve força suficiente para vir até atrás e ejetar o estojo. Então ele permaneceu no interior da arma e impossibilitou que um cartucho novo subisse e fosse levado a câmara para efetuar outro disparo”, analisou Adriano Giovanini, especialista em ações táticas especiais.

São vários os motivos que podem ter provocado a falha na arma do policial, como defeito de fabricação, falha na munição ou até mesmo falha na manutenção - falta de lubrificante ou o excesso do produto, por exemplo. Nesse caso, o óleo pode umidificar a pólvora do cartucho prejudicando o disparo.

“O armamento precisa ter estado bom de conservação, e a munição, essa sim precisa estar dentro do prazo de validade. Isso é até mais importante do que a arma”, explicou Bruno Salles, diretor do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que, desde 2019, entregou quase 55 mil pistolas Glock às polícias Militar e Civil. E que prepara um novo edital para a compra de mais de 10 mil novas armas.

Sob a denúncia de desaparecimento de Patrícia Olivares desde a última sexta-feira (16), policiais foram ao endereço do namorado, mas Ricardo Trindade não permitiu a entrada dos agentes. Depois, a Guarda Civil Metropolitana da cidade se dirigiu à residência acompanhada de dois policiais civis. Lá, encontraram o corpo da vítima, atingido por cinco tiros nas costas. A investigação informa que ela foi morta pela manhã.

Ao tentar fugir do imóvel pelos fundos, Ricardo disparou contra os policiais. Os agentes da GCM tentaram socorrer os policiais, enquanto perseguiam o atirador, que também foi atingido por disparos. A ação terminou com o atirador, a namorada e um dos policiais mortos. O outro agente, atingido por pelo menos seis tiros, foi hospitalizado.

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