Extorsão no Brás: comerciantes que não pagavam PMs eram encaminhados para agiotas

Uma das vítimas, um vendedor ambulante, para poder continuar a trabalhar na rua, teria que pagar R$ 15 mil por ano mais R$ 300 por semana

Por Márcio Campos

Extorsão no Brás: comerciantes que não pagavam PMs eram encaminhados para agiotas
Reprodução/Jornal da Band

Era na região do Brás, Centro de São Paulo, em meio ao movimento intenso de comércio, que os policiais extorquiam os vendedores. Um dos alvos de uma investigação, por exemplo, praticava o delito no horário de folga.

Na operação desta segunda-feira (16), a polícia apreendeu dinheiro, computadores e celulares. Os materiais foram encontrados nos 20 endereços alvos da investigação.

Além das apreensões, a Justiça decretou a prisão preventiva de 15 pessoas. Entre elas, seis policiais militares e uma policial civil. O grupo é acusado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) de integrar uma organização criminosa criada para extorquir comerciantes no Brás.

Uma das vítimas, um vendedor ambulante, para poder continuar a trabalhar na rua, teria que pagar R$ 15 mil por ano mais R$ 300 por semana. A prática acontecia há pelo menos um ano.

“Se o ambulante não tivesse dinheiro ele era encaminhado ao agiota para pegar emprestado, e os juros chegavam a 29% desse valor”, informou um coronel da PM ao detalhar a operação para a imprensa.

A investigação também concluiu que os mesmos agiotas contratavam a quadrilha para cobrar de forma violenta os devedores de empréstimos que não pagassem dentro do prazo. Segundo o MP, dentro da casa de um agiota, foram encontrados R$ 140 mil. Até agora, quatro vítimas procuraram a Polícia Militar.

“Nós somos intolerantes a qualquer desvio de conduta, principalmente dessa natureza. Uma situação muito triste. Nós vimos aí a exploração de pessoas muito humildes que sofriam prática de extorsão, violência e vários tipos de abuso”, concluiu o porta-voz da PM.

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