Setores produtivos ainda calculam o impacto da nova sobretaxa norte-americana sobre produtos estrangeiros, mas há exportadores que podem sair ganhando. É o caso do Brasil com a carne de frango. O país, ao lado dos Estados Unidos, são os maiores produtores e exportadores do produto.
Com a nova política comercial americana, o tarifaço pode favorecer a venda do frango brasileiro para outros países, principalmente para a China.
“A gente vê que os nossos concorrentes para esse produto, como o caso da carne suína, que é fornecida pela Europa, teve 20% de tarifa. As tilápias passaram a ter 10%, mas na China tiveram 25% a mais. O Brasil, ao invés de ter um prejuízo, pode ter uma oportunidade de ter que aumentar as suas exportações pela substituição das importações que os EUA faziam de outros concorrentes”, explicou o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Por outro lado, o Brasil é o maior fornecedor de café para os norte-americanos. No ano passado, as vendas ultrapassaram os US$ 2 bilhões. O produto, que não tinha tarifa de importação, agora terá 10%. Só que outros concorrentes, como Colômbia (10%) e Vietnã (46%), terão taxas iguais ou maiores. Por isso, o setor prefere aguardar para avaliar os impactos.
Em relação à carne bovina, mais dúvidas. A nova tarifa de 10% se somaria à taxa atual de 26% cobrada sobre a nossa carne. O mesmo acontece aos produtos florestais, como madeira, papel e celulose.
“Caso não tenha impacto efetivo, nós vamos direcionar parte disso para os mercados asiáticos, que vai ter dificuldades para negociar com o mercado europeu”, disse Robson Mafioletti, superintendente da Ocepar, ao Jornal da Band.