Exclusivo: Autoridades encontram cocaína a cada 8 dias no porto de Santos

Crime organizado se aproveita da grande movimentação do comércio exterior no local para esconder a droga em contêineres

Por Rodrigo Hidalgo

O crescimento do narcotráfico vem se tornando uma dor de cabeça cada vez maior para os exportadores brasileiros. Além de ser um problema para a segurança público e para a economia.

A cada oito dias uma carga para exportação "contaminada com cocaína" é encontrada no maior porto do país, em Santos, no litoral de São Paulo. Essa média fica ainda mais preocupante quando se leva em conta a estimativa de que, para cada carga apreendida, outras nove cheguem ao país de destino.

O crime organizado se aproveita da gigantesca movimentação do comércio exterior nos portos para esconder nos contêineres, geralmente sem o conhecimento dos donos, a droga que chega na Europa valendo 35 mil euros o quilo.

"Não tem nada pior para o exportador do que chegar um contêiner contaminado no seu destino final, ele acaba perdendo esse mercado porque não conseguiu comprovar que adotou uma medida de contingência ou medida logística efetiva para coibir esse processo", afirma Wagner Souza ABTTC- Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Transportadoras de contêineres.

Na última segunda (17), o Jornal da Band mostrou, com exclusividade, que a MSC, maior empresa de operação do contêineres do mundo, decidiu paralisar por tempo indeterminado as atividades terrestres em toda a América do Sul, justamente pelos danos e prejuízos provocados pela ação criminosa do narcotráfico no setor.

Outras empresas vão ocupar o espaço deixado pela gigante no setor no continente. Mas o receio de quem atua na exportação é que o crime organizado consiga expandir ainda mais as atividades usando terminais de carga que não investem tanto em prevenção e gerenciamento de risco.

Além da perda de confiança do mercado internacional, as transportadoras muitas vezes têm que pagar multas milionárias quando as drogas são apreendidas em suas cargas.

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