Um dos símbolos da corrupção durante a pandemia da covid-19, o ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, pode chegar a mais alta patente da Polícia Militar. Ele é tenente-coronel e médico da polícia militar e agora está terminando o curso para se tornar coronel.
O ex-secretário responde por desvio de dinheiro público e chegou a ter o registro médico cassado. No ano passado, ele teve o registro reativado pelo Conselho Federal de Medicina, e foi transferido de uma função administrativa para o hospital central da PM.
Segundo o portal da transparência, Edmar recebe quase R$ 29 mil como tenente-coronel, salário que pode chegar a R$ 40 mil como coronel.
A Band teve acesso à confirmação de Edmar no curso de aperfeiçoamento da PM, que tem como objetivo preparar os oficiais para funções estratégicas na corporação – e que é requisito obrigatório na transição para um novo cargo.
A polícia militar não se posicionou sobre a possível progressão de carreira de Edmar Santos. Na época da pandemia, a corporação abriu uma apuração interna sobre o envolvimento do tenente-coronel na organização criminosa que se aproveitou do combate à covid-19 para obter vantagens financeiras. Mas a investigação não foi concluída.
Durante o governo de Wilson Witzel, em 2020, Edmar Santos foi preso por envolvimento no esquema que fraudou contratos emergenciais para a compra de mil respiradores. Na mesma operação, foram apreendidos mais de R$ 8 milhões em espécie.
O ex-secretário de saúde ficou menos de um mês na prisão e se tornou réu por improbidade administrativa, mas fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, que se tornou decisiva para o impeachment de Witzel.