As denúncias sobre as más condições das aeronaves da Voepass seguem surgindo após o acidente com o ATR-72 que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo. Um ex-comissário que trabalhou na companhia afirma que problemas como os registrados em aeronaves, como danos no pneu e na estrutura externa eram comuns.
"Tinha avião faltando ar-condicionado, faltando peça de freio, até peça da carenagem, que é no trem de pouso. Com isso, a altitude e velocidade eram limitadas. Muitos tinham problemas no sistema anti-icing, que muitas vezes ficava inoperante, com rasgos", pontua.
A ANAC, Agência Nacional da Aviação Civil, é o órgão do governo que fiscaliza as companhias aéreas. Uma auditoria sobre a Voepass está em andamento desde 2022, mas horas depois do acidente, a agência colocou os documentos do processo sob sigilo.
Para o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, a agência erra em colocar os documentos sob sigilo. "Esse era o momento em que a agência deveria buscar pela transparência e não o contrário", diz.
Um laboratório da Universidade Federal de Alagoas que analisa imagens de satélite identificou que o avião enfrentou forte turbulência e que ficou cerca de oito minutos em uma área de formação de gelo com temperaturas de até - 38°C e ventos de até 70 KM/h.
As causas da tragédia ainda são desconhecidas. Um relatório preliminar deve sair em trinta dias.