Ex-CEO da Americanas terá que entregar passaporte e comparecer em juízo

Miguel Gutierrez, que foi preso em Madri, na Espanha, foi solto neste sábado após audiência de custódia e aguardará o julgamento em liberdade

Por Fernando David

Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa Americanas
1. Reprodução / 2. Agência Brasil

O suspeito de arquitetar a maior fraude financeira da história do Brasil ficou menos de 24 horas na cadeia. Miguel Gutierrez foi liberado após passar por audiência de custódia em Madri, na Espanha. 

O ex-CEO da Americanas, que tem cidadania espanhola, terá que entregar o passaporte e comparecer em juízo a cada duas semanas enquanto aguarda o julgamento em liberdade. A Espanha não costuma extraditar seus cidadãos em casos como este. 

Miguel Gutierrez era o alvo principal da operação de quinta-feira (27) deflagrada pela Polícia Federal. A investigação revelou um esquema de fraude nos balanços contábeis da Americanas. Receitas eram infladas e despesas, como empréstimos bancários, sistematicamente omitidas. 

O rombo de R$ 45 bilhões passou despercebido até mesmo por duas das maiores auditorias independentes do mundo. Segundo a PF, os balanços maquiados eram enviados para o email de Gutierrez. A defesa do executivo diz que ele não teve conhecimento ou participação na fraude.

"Tudo aponta que ele sabia. O CEO de uma corporação que trabalhava há 30 anos na Americanas, que durante 20 anos foi CEO, não ter conhecimento da fraude no balanço? Meio estranho né?”, declarou o professor de direito empresarial e tributário, Kaiser Motta, que considera a hipótese improvável. 

A polícia agora espera pela chegada ao Brasil, na segunda-feira, de uma outra diretora que é considerada peça-chave no esquema de fraude nas Americanas. Anna Christina Saicali estava em Portugal e negociou seu retorno ao país em troca do relaxamento da ordem de prisão preventiva. 

A executiva deverá entregar o passaporte ao desembarcar no país. A investigação aponta que ela tinha pleno conhecimento do esquema criminoso. 

Entre os crimes apurados estão: manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

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