Europeus perdem com atraso no acordo de livre comércio com Mercosul

O protecionismo europeu, especialmente ligado a produtos rurais é um dos entraves

Por Ticiano Kessler

A declaração do presidente Lula, de que o acordo entre Mercosul e União Europeia pode ser assinado ainda este ano, animou os exportadores.

Uma negociação de mais de duas décadas. Um acordo chegou a ser assinado em 2019 mas ainda não saiu do papel. O protecionismo europeu, especialmente ligado a produtos rurais é um dos entraves. Mas o cenário mudou.

Durante todo esse tempo em que os dois blocos só discutiram, a China se tornou o principal parceiro comercial do Brasil e países vizinhos. 

“Quando a Europa acordou para a América Latina, por causa da crise alimentícia e energética, ela olhou pra América Latina e a China já estava aqui. Então a gente percebe que há um susto, que há uma grande surpresa por parte da Europa de não ter esse espaço”, explica Samanta Pineda, advogada e diretora do Agromais.

No ano passado, cerca de 1/4 das exportações brasileiras foram para o país asiático.

O acordo entre os dois blocos ampliaria mercados para produtos brasileiros, especialmente os ligados ao agronegócio, como carne e grãos. As indústrias do Mercosul enfrentariam a concorrência dos produtos manufaturados da Europa. Mas ao mesmo tempo, o setor poderia receber mais investimentos.

“A industrias na Europa tem como matriz energética principalmente o combustível fóssil, carvão, gás, petróleo. E aqui no Brasil essas indústrias teriam uma matriz mais limpa. Com esse acordo nós conseguiríamos atrair esses investimentos não só no agro, mas também na indústria brasileira nós conseguiríamos dar um salto”, finalizou Samanta Pineda.

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