Depois de muitas negociações fracassadas, os Estados Unidos tentam a última chance de acordo para uma trégua na Faixa de Gaza. A nova proposta da Casa Branca deve estar na mesa de discussão ainda nesta semana.
Em uma parte, ambos os lados já concordaram: seis semanas de pausa humanitária e troca de prisioneiros palestinos por reféns israelenses.
Mas a discordância que Estados Unidos, Catar e Egito tentam resolver é quanto tempo as tropas israelenses podem permanecer em Gaza: o Hamas exige o território livre, já o premiê israelense Benjamin Netanyahu não abre mão de manter seus tanques e soldados de prontidão na fronteira com o Egito e Gaza, conhecido como corredor Filadélfia.
O receio é de que o grupo palestino volte a se fortalecer com armamentos, além de reconstruir seus túneis. A tentativa israelense é de postergar a saída das tropas para uma segunda etapa do cessar-fogo.
Há pessimismo entre os mediadores. A imprensa israelense disse hoje que Netanyahu estaria sabotando as negociações e que há muitas semanas o premiê teria decidido negar a pausa e manter o conflito ativo em troca de apoio da extrema-direita para permanecer no poder.
Na noite desta quarta (4), Netanyahu voltou aos microfones. Disse à imprensa internacional que Israel não é obstáculo para o acordo e sim o Hamas, que segundo ele criou uma pressão internacional com a morte dos seis reféns encontrados no último fim de semana.
E afirmou que manter o controle do corredor Filadélfia é a única chance de trazer os reféns de volta. Segundo ele, se os soldados saírem da região, o Hamas poderia levá-los para o Irã ou Iêmen.