Pelo menos seis estados estudam iniciar a vacinação de adolescentes contra a covid-19. Mas isso ainda não é previsto pelo Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
Pablo Amaral passou por momentos difíceis no começo do ano. Em março, o menino de 14 anos teve 50% dos pulmões comprometidos e ficou nove dias internado na uti.
“Me dá uma tristeza, mas ao mesmo tempo me deixa feliz pelo fato de eu ter conseguido sair de lá”, relembrou o estudante.
Assim como Pablo, outros 25 mil jovens de até 15 anos precisaram de auxílio médico por causa da covid no estado de São Paulo.
Até o fim de agosto, o governo paulista pretende vacinar mais de 3 milhões de adolescentes entre 12 e 17 anos, para reduzir a circulação do coronavírus. Por enquanto, só o imunizante da Pfizer tem autorização para ser aplicado nessa faixa etária no Brasil.
O Instituto Butantan também entregou à Anvisa dados sobre as respostas eficientes da CoronaVac em crianças e adolescentes.
São Paulo foi o primeiro estado a anunciar a vacinação contra a covid em adolescentes, antes mesmo de uma definição do Ministério da Saúde. Técnicos da pasta analisam estudos sobre a segurança e a eficácia da vacina nessa faixa etária para depois incluir quem tem mais de 12 anos de idade no plano de imunização.
Maranhão, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais também estudam iniciar a vacinação de adolescentes. Mas isso só aconteceria depois do fim da imunização de todos os adultos acima de 18 anos.
“Guarda relação com aquele grande objetivo de oferecer uma imunidade coletiva. Então, quanto maior o número de pessoas tiver sido vacinadas, você cria um obstáculo para a transmissão do vírus. Com isso, você acaba controlando a pandemia de forma mais eficiente”, explicou Marco Aurélio Safadi, presidente do departamento de Imunização da Sociedade Brasileira de Pediatria.