Especialista aponta falha no atendimento a Juan Izquierdo, jogador morto após arritmia em campo

Apesar do socorro ser rápido, não houve uso de desfibrilador, que restaura o ritmo normal do coração em caso de parada cardíaca ou arritmias graves

Da redação

Velório de Juan Izquierdo em Montevideú
Mariana Greif/Reuters

Juan Izquierdo, jogador do Nacional do Uruguai morto aos 27 anos após ter um mal súbito em campo, não teve atendimento totalmente adequado para o quadro grave de arritmia cardíaca. É o que especialistas cardíacos apontam, dias após a morte do atleta uruguaio. 

Da queda no gramado ao hospital foram apenas nove minutos. Izquierdo passou cinco dias na UTI e, no socorro inicial, não foi usado o desfibrilador, um equipamento que dispara descarga elétrica para restaurar o ritmo normal do coração em casos de parada cardíaca ou arritmias graves.

A equipe médica que fez o atendimento em campo fez um diagnóstico de quadro neurológico e não cardíaco em Izquierdo. Além disso, ele tinha pulso e respirava, por isso o desfibrilador não foi usado. Mas, para o cardiologista Alexsandro Fagundes, o equipamento deveria, sim, ter sido utilizado em campo. 

"Havia indicação de choque porque ao chegar no hospital foi detectado arritmia. E as imagens mostram que o jovem cai em campo sem trauma. Sem pancada. E ao cair no chão ele já está inconsciente", indica Fagundes. 

O desfibrilador é semiautomático, ele detecta se há necessidade ou não de disparar o choque elétrico para o coração retomar o ritmo normal. Se necessário, o socorrista se afasta do paciente e aciona o botão para aplicar o choque.

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