A escola que foi alvo de um ataque nesta segunda-feira (19) em Cambé, no norte do Paraná, passou recentemente por um treinamento contra situações de violência. O atirador, que está preso, foi imobilizado por um professor que passou por esse treinamento. Uma adolescente morreu no ataque e outro jovem está internado em estado grave.
O autor do ataque é um ex-aluno de 21 anos. Ele entrou na escola estadual Helena Kolody e foi até a secretaria pedir o histórico escolar. Em seguida, ele se dirigiu para o pátio e começou efetuar os disparos, que acertaram os dois alunos.
Karoline Alves, de 17 anos, foi atingida na cabeça e não resistiu. Outro estudante, Luan Augusto, de 16 anos e namorado de Caroline, também foi baleado e foi levado em estado grave para um hospital em Londrina, mas não resistiu e morreu na madrugada desta terça (20).
A polícia chegou rápido e conseguiu prender o criminoso ainda dentro da escola. A motivação do crime ainda está sendo investigada. Ele disse ter escolhido as vítimas de forma aleatória. A participação de outros envolvidos ainda não está descartada.
O governo do estado do Paraná decretou luto oficial de três dias. As aulas na rede estadual e também foram suspensas e voltam nesta quarta (21) – na escola alvo do ataque, as aulas voltam na próxima semana.
Treinamento contra ações violentas
A escola passou recentemente por um treinamento da Polícia Militar, promovido em instituições de ensino do estado, contra situações de violência, o que ajudou a evitar mais vítimas do atirador. A capacitação começou em abril, após ataques contra escolas em São Paulo e em Santa Catarina
O treinamento dado pela Polícia Militar e outras forças de segurança envolveu professores, funcionários e estudantes. Estudantes e professores foram orientados a ficar dentro das salas de aula, fazendo barricada com móveis do local para dificultar a entrada do agressor. Já funcionários e professores aprenderam técnicas de imobilização - o atirador foi imobilizado por um professor que participou do treinamento.
Outro fator que ajudou a conter o número de vítimas foi o “botão do pânico”, vinculado à rede da polícia e permitindo uma resposta rápida aos alertas.
Autoridades lamentam ataque
Pelas redes sociais, o Presidente Lula (PT) falou sobre o ataque que aconteceu no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná. O presidente lamentou o ocorrido e afirmou que esse tipo de violência não pode mais ser tolerada no país.
“Recebo com muita tristeza e indignação a notícia do ataque no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná. Mais uma jovem vida tirada pelo ódio e a violência que não podemos mais tolerar dentro das nossas escolas e na sociedade. É urgente construirmos juntos um caminho para a paz nas escolas. Meus sentimentos e preces para a família e comunidade escolar”, escreveu.
O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, decretou luto oficial de três dias e lamentou profundamente o ocorrido.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, participou de um evento no Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira. Dino abriu sua participação falando do ataque que aconteceu em uma escola no Paraná. Segundo o ministro, esse tipo de violência é “inaceitável”.