"Escobar brasileiro" usou insumos da Covid-19 para lavar dinheiro do tráfico

Ex-major Sérgio de Carvalho usou empresas de fachada para adquirir produtos hospitalares da China

Por Rodrigo Hidalgo

Sérgio Roberto de Carvalho é procurado em cinco países por tráfico
Reprodução

Sérgio Roberto de Carvalho, um criminoso conhecido como “Pablo Escobar Brasileiro”, está atualmente foragido e é procurado em cinco países. Entre seus crimes, está a compra ilegal de material médico usado na pandemia para lavar dinheiro do tráfico de drogas.

Em junho de 2020, momento crítico da pandemia, no Brasil, um avião de 400 toneladas que veio da China chegou a Florianópolis com 10 milhões de máscaras de proteção, testes para Covid-19 e termômetros.

Os insumos foram comprados por uma empresa e utilizados no combate à pandemia em vários estados. O problema é que eles tiveram procedência ilegal. Uma investigação da Polícia Federal aponta que a carga foi comprada pelo criminoso brasileiro com o dinheiro do tráfico internacional de drogas.

Um documento mostra que os agentes descobriram que uma grande organização criminosa se utilizou da pandemia para lavagem de capitais multimilionários. Carvalho adquiria os produtos na China com recursos do tráfico, os importava para venda no Brasil por meio de empresas de fachada.

Mensagens dele com a irmã revelaram a importação dos produtos hospitalares. Lucimara de Carvalho chegou a ser presa em uma operação da PF e atualmente cumpre prisão domiciliar. As empresas envolvidas no negócio são investigadas.

Chamado na Europa de "Escobar Brasileiro", um alusão ao megatraficante colombiano que atuou nas décadas de 80 e 90, Carvalho é um ex-major da PM do Mato Grosso do Sul que mudou de lado e enriqueceu mandando toneladas de cocaína para fora do país. Atualmente, é procurado em pelo menos cinco países e foragido da Interpol.

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