O escândalo dos transplantes contaminados com HIV não afetou apenas os pacientes que receberam os órgãos infectados com o vírus. A situação envolvendo o laboratório PCS Saleme prejudica também quem depende do SUS no Rio de Janeiro. 

A prima de Mariza de Andrade aguarda uma cirurgia, que foi adiada, porque quem fez os exames preparatórios foi o PCS Saleme. "Ela tem aneurisma no tórax e agora por conta do problema do laboratório vai refazer os exames", diz. 

O laboratório Rocha e Fonseca Diagnósticos será contratado emergencialmente para substituir as demandas do PCS Saleme. Enquanto isso, três outras empresas que prestavam serviços para a rede estadual assumiram a realização dos exames. 

Em Nova Iguaçu, cidade onde fica o PCS Saleme, toda a rede de atenção primária dependia do laboratório, hoje interditado. A prefeitura está atrás de pacientes com exames agendados ou que esperavam o resultado para redirecionar os atendimentos. 

O governo do estado e as autoridades de saúde garantem que estão oferecendo suporte aos pacientes infectados após transplantes contaminados, mas o filho de uma das vítimas afirma que, até agora, ninguém entrou em contato.