A escalada de violência preocupa a comunidade libanesa no Brasil. O Jornal da Band conversou com a Fatima Thini, que voltou do Líbano há nove dias e conta a angústia de ter deixado parte da família para trás. A guerra traz incertezas para todo mundo.
“A pior sensação é fechar as portas da sua casa sem saber se você vai voltar um dia, não desejo para ninguém”, disse Fatima Thini em vídeo gravado no Líbano. Ela mora em São Paulo, mas tem casa no sul libanês, onde nasceu.
Dois dias antes do primeiro grande ataque israelense, que matou 550 pessoas e deixou mais de 1,2 mil feridos, ela embarcou de volta para o Brasil.
“Foi desesperador, até no dia 19 (de setembro), quando saí. Eu estava com tanto medo de cancelar o voo, de acontecer alguma coisa, porque a situação já estava indo para o pior”, declarou Fatima, que viajou para o Líbano para ir ao casamento da irmã brasileira com um libanês.
Agora, em São Paulo, ela não consegue se concentrar. “Eu não consigo trabalhar, estamos sem chão”.
O marido de Fatima é libanês e também está muito angustiado. “O meu irmão, por exemplo, o mais novo, ele está lá sofrendo, coitado. Aí eu fico preocupado, não sei quando vou receber notícia”, afirmou Chadi Tahini.
Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores, cerca de 21 mil brasileiros vivem no Líbano. “Muitos brasileiros estão lá, ajuda o governo, se puder, tirar eles para vir para cá, o mais rápido possível”, apelou Chadi.
“A gente, graças a Deus, tem a opção de sair, temos a opção de estar num lugar mais seguro, mas as pessoas lá não têm. Está morrendo famílias inteiras, sofrimento muito maior do que você imagina”, finalizou Fátima.