Um levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU) mostra que, por erro de cálculo, os brasileiros pagaram R$ 5,2 bilhões a mais do que deveriam nas contas de luz durante os últimos 4 anos. Entre 2017 e 2020, a cobrança extra foi feita porque técnicos do governo e do setor pesaram a mão nas projeções de produção de energia. Isso que gerou impacto de cerca de 5% a mais no valor final da cobrança.
Um dos erros apontados pela CGU é a falta de atualização dos dados sobre a produção de energia das hidrelétricas.
“Reparem que o erro nunca é cobrar menos, é sempre cobrar mais. Quando isso acontece, as compensações demoram a acontecer ou, por vezes, não acontecem", afirma Pedro Cortês, professor do Instituto de Energia da USP.
Durante a pior seca em nove décadas, a energia está bem mais cara. Em setembro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a criação da bandeira tarifária de escassez hídrica com valor adicional de R$ 14,20 a cada 100 kWh.
Mesmo com o início das temporadas de chuva, a situação dos principais reservatórios do país ainda tem uma melhora tímida.
Técnicos do setor elétrico apontam que até agosto do ano que vem o Brasil não terá chuvas suficientes para elevar o nível dos reservatórios a média satisfatórias. Isso significa que a tendência é de mais aumento nas contas, que serão somados à inflação.