Envelhecimento da população muda demandas e vagas no mercado de trabalho

Com aumento da expectativa de vida e baixa na taxa de natalidade, o cenário econômico se adapta à sociedade

Por Juliano Dip

Mudança na demanda afeta o mercado de trabalho
Reprodução/Band

Prever o futuro é difícil, ainda mais quando se fala de empregos, carreiras e vagas de trabalho. Mas já é possível vislumbrar o que será do mercado nos próximos anos, com o envelhecimento da população e a baixa na taxa de natalidade no Brasil. 

Fábio Pina, assessor econômico da Fecomercio de São Paulo, já antecipa como será a realidade do trabalho nos próximos anos. "A pirâmide etária no Brasil mudou muito nos últimos anos, o país envelheceu muito rapidamente e isso implica em mudanças radicais dos setores econômicos e da relação de trabalho", diz. 

Ele explica que as carreiras devem mudar. "Por exemplo, terei classes de alunos vazias, falta de serviços e lazer para idosos, treinamento. Talvez muitos dos idosos vão querer estar na força de trabalho", indica. A idade média da população brasileira segundo o Censo do IBGE de 2022 é de 35 anos, seis a mais do que em 2010. 

Vagas do futuro já estão entre nós

Com o envelhecimento da população, há também as mudanças nas vagas de emprego e os trabalhos do futuro. Fábio Pina indica que as mudanças de relação sociais foram refletidas no mercado. "Não tenho crianças, tenho aumento da adoção de pets e isso se reflete no mercado, no serviço prestado. Então há uma substituição cultural nos serviços, no país e a economia acompanha isso", diz. 

Do nível técnico ao superior, passando por vagas que exigem apenas o segundo grau completo. "É preciso olhar a empregabilidade, não interessa em que grau, é preciso o mínimo de formação. No futuro, talvez as pessoas tivessem que estar preparadas onde tem demanda e essas demandas são enormes do Brasil, desde um atendente em loja que falta, o comércio se recente de mão-de-obra especializada, em bares, restaurantes", afirma Pina. 

Preparo é essencial para as novas vagas

A corrida por uma vaga no mercado de trabalho ou pelo primeiro emprego nem sempre é uma disputa justa, por diversos fatores, muitas vezes, sociais. É como uma corrida em que atletas partem na frente dos demais. 

Foi exatamente pensando no preparo que Anna Carolina Mario veio atrás da Liga Solidária, ONG que oferece cursos gratuitos de formação e qualificação profissional para pessoas em vulnerabilidade social. "Às vezes a pessoa não contrata porque você tem um filho, por mais que as pessoas sejam abertas a esse assunto", diz. 

Mais do que o conhecimento, a sala de aula ajudou Anna a recuperar a autoestima, combustível essencial para planejar o próximo passo. "Gosto da área administrativa, falou em número e papel, é comigo mesmo. Acredito que seja ela qual for, porque meu intuito é trabalhar na administração, então quero um emprego assim", conta. 

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