O pecuarista optou por vender menos animais e não ter prejuízo. Os preços baixos pagos aos pecuaritas desestimularam a ampliação dos rebanhos. Com isso, aumentou o abate de fêmeas e, por consequência diminuiu o nascimento de terneiros. Este ciclo no campo é um dos fatores que fazem a carne ficar mais cara para o consumidor.
Nos açougues e mercados do país, o preço médio da carne bovina está 8% mais alto do que em outubro do ano passado, de acordo com o IBGE. Cortes como contrafilé, acém e patinho subiram em torno de 10%. O aumento das exportações também pressiona o valor pago pela arroba do boi.
“E o que realmente ajudou a impactar essa dinâmica foram as exportações em alta e o consumo doméstico, a renda do brasileiro melhorou o desemprego caiu”, explica o Thiago Bernardino de Carvalho - Pesquisador do Cepea/USP
Segundo o centro de estudos avançados em economia aplicada, da USP, o preço do boi gordo está no maior valor em quase dois anos. Como é preciso tempo para aumentar a disponibilidade de animais para abate, o preço ao consumidor deve seguir em alta.
“Invariavelmente vai chegar no varejo. Então, até o final do ano, não tem espaço para a gente ter carne barata para o consumidor”, finaliza Thiago.