Entenda como o HIV pode interferir na recuperação de transplantados

Em caso de descoberta do HIV em recém-transplantado, paciente precisará passar por tratamento complementar para neutralizar o vírus e seguir com adaptação ao órgão

Da redação

A denúncia de órgãos transplantados com HIV, no Rio de Janeiro, por falha de um laboratório privado levantou dúvidas sobre as consequências para a saúde nestes casos. Vale lembrar que, internacionalmente, o histórico do Brasil nesses procedimentos é considerado impecável.

Logo após o transplante, o corpo do paciente fica fragilizado. Ele precisa se adaptar ao novo órgão. Nessa fase delicada, qualquer problema de saúde, não só o HIV, pode interferir na recuperação. Uma doença a mais complica o tratamento, o que exige mais cuidados e remédios.

O sistema imunológico é um conjunto de células que atuam no nosso corpo contra organismos invasores. Para evitar um ataque ao órgão transplantado, os medicamentos de imunossupressão reduzem o número dessas defesas. A presença do vírus HIV ativo, sem tratamento, faz essa quantidade cair ainda mais.

Especialistas ouvidos pela Band explicam que, após o diagnóstico, o paciente iniciará o tratamento para que as defesas imunológicas sejam normalizadas. Com isso, o HIV será neutralizado, enquanto o transplantado poderá seguir o processo de adaptação ao novo órgão. Vele lembrar que pessoas infectadas e devidamente tratadas têm a mesma qualidade de vida das que não são.

“Elas vão passar por essa fase aguda do transplante. Vai ter que ser feito um segmento mais delicado, mas vai ter uma expectativa de vida de ficar bem, de tomar os remédios, de ficar indetectável do HIV e ter uma vida normal, como as pessoas que vivem com HIV no mundo tem”, explicou o infectologista Álvaro Furtado.

Antes de retirar os órgãos do doador, por lei, é obrigatório que o corpo doador passe por uma triagem de doenças, incluindo exames de HIV, hepatite B, hepatite B, sífilis, doença de chagas e HTLV, um vírus que causa leucemia e doenças neurológicas. Outros testes ainda podem ser exigidos pela equipe médica.

Dos anos 2000 até hoje, o Brasil fez quase meio milhão de transplantes. O país é o segundo maior transplantador do mundo. Só fica atrás dos Estados Unidos. Nunca houve registro de transmissão de doenças graves por falhas nos exames do doador. O sistema público brasileiro de transplante é uma referência mundial.

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