O encerramento da CPI da pandemia foi adiado depois que vários senadores se irritaram com o vazamento do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL).
O vazamento de parte do relatório, no fim de semana, azedou o relacionamento entre o presidente da CPI e o relator. Omar Aziz (PSD-AM) questiona acusações feitas por Calheiros, que pede o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro em 11 crimes, entre eles genocídio e homicídio qualificado. Aziz teme que a derrubada de uma dessas denúncias possa desqualificar o trabalho de toda a comissão do Senado.
“Você pode fazer uma pirotecnia, mas depois sentou ali, com a sobriedade do juiz e tal, analisando prova a prova, eu espero que a gente não tenha nenhum tipo de retrocesso”
“Se tiver, a culpa seria do Renan [Calheiros]?”, questionou um repórter. “Minha que não é”, rebateu o presidente da comissão.
Mais cedo, Renan disse que não vai mexer no texto.
"Não estou admitindo retirar nada. A maioria retirará o que quiser. Mas a maioria, apenas a maioria. Hoje mesmo, o senador Randolfe Rodrigues sugeriu a continuidade da investigação com relação ao ministro da Economia. Da minha parte, eu concordo”, justificou.
O desentendimento da cúpula se traduziu na programação final da comissão, anunciada para esta quarta-feira (20), agora ficou para a semana que vem.
Depoimento de vítimas da Covid-19
Nesta segunda-feira (18), o dia na CPI foi marcado por depoimentos de parentes de vítimas da covid. Entre eles, o pai de um rapaz morto pela doença.
“A minha dor não é mi-mi-mi, não é, não é. Dói para caramba mesmo, dói, dói. Entendeu? Então, não aceito que ninguém aceite isso como normal. Não é normal, não é normal, não é”, relatou Marco Antônio do Nascimento Silva.
Durante a fala de Giovanna Gomes, que perdeu os pais para a covid, o tradutor de libras se emocionou e foi substituído.