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Em resposta ao tarifaço de Trump, Câmara aprova projeto de reciprocidade no comércio

Governo está dividido sobre uma possível guerra comercial

Caiã Messina

Em reação ao tarifaço de Donald Trump, a Câmara aprovou a urgência do projeto de reciprocidade no comércio com outros países. O governo está dividido sobre uma possível guerra comercial.

No governo e no Congresso, o dia foi de muitas conversas e reações. A Câmara aprovou de maneira definitiva o projeto da reciprocidade que autoriza o Planalto a retaliar barreiras comerciais, como no caso do tarifaço promovido pelo presidente americano Donald Trump. 

A Câmara promete aprovar, nas próximas horas, o projeto da reciprocidade que autoriza o planalto a retaliar barreiras comerciais diante do tarifaço promovido pelo presidente americano Donald Trump. 

A ideia é permitir que o Brasil combata decisões estrangeiras que violem ou prejudiquem acordos comerciais ameacem ou imponham sobretaxas ou decretem critérios ambientais mais rígidos que os aplicados nos países importadores.

A pauta uniu oposicionistas e a base do governo no Congresso, e foi liderada por parlamentares de frente da agropecuária. O vice-presidente do grupo pediu ‘pragmatismo’ em defesa da produção nacional. 

"Essa matéria não tem sido tratada no âmbito de uma questão política, ideológica, mesmo partidária, mas é uma matéria de interesse nacional, que dota o Brasil de um instrumento importante nesse mundo em que a competição e o acirramento estão cada vez mais agudos”, disse o relator Arnaldo Jardim. 

Bolsonaro critica política de reciprocidade

Jair Bolsonaro criticou a política de reciprocidade e disse que uma guerra comercial com os Estados Unidos não é uma estratégia inteligente que projeta os interesses do povo brasileiro. Mas o PL, partido do ex-presidente, decidiu votar pela aprovação do projeto, e para isso, abriu mão da estratégica de obstruir pautas até que a anistia ao 8 de janeiro andasse. 

O governo está dividido. A ala política defende subir o tom e sobretaxar os americanos. Já a equipe econômica e setores do Itamaraty afirmam que o poder de fogo do Brasil é baixo, e o país pode perder mais ainda com uma guerra comercial. A decisão será do presidente Lula. 

Além do agronegócio, área em que o Brasil é mais competitivo, o governo estuda quebrar patentes de sementes e defensivos agrícolas de multinacionais americanas. 

Cassar patentes de medicamentos e bloquear dividendos de filmes de Hollywood são consideradas “medidas extremas” dentro do Planalto, mas estão na mesa. 

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou com o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, nesta quarta-feira (2). A intenção é chegar a um acordo sobre o aumento de 25% das tarifas para o aço, o alumínio e o etanol.  

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