Temperaturas acima da média devem ser registradas na maior parte do Brasil nesta última semana de inverno. O fenômeno El Niño pode ser a explicação para o calor excessivo e mais chuvas na região Sul.
Os temporais voltaram a atingir parte do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (18), enquanto o estado ainda tenta superar as enchentes e inundações das últimas semanas, enquanto quase todo o brasil é afetado por uma onda de calor.
“O cenário que a gente observa na atmosfera, seja dos extremos de chuva, no Sul, como as temperaturas elevadas em boa parte do país, são compatíveis e típicos de anos em que o El Niño está influenciando o clima”, explicou Giovanni Dolif, coordenador-geral substituto da Operação e Modelagem do Cemaden.
O El Niño é o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico na costa do Peru. Isso interfere na circulação dos ventos. No Brasil, o fenômeno reduz a chuva no Norte e Nordeste, mas leva a umidade da Amazônia para o Sul. Outro resultado é mais calor no Sudeste e no Centro-Oeste.
E esses ventos fortes, que recebem o nome de jatos de vento, também dificultam o avanço das frentes frias que chegam do sul do continente (Giovanni Dolif)
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) aponta que o El Niño se concentra perto da costa dos países da América do Sul. O cenário é de atenção para os próximos meses.
As previsões para uma primavera quente, na maior parte do Brasil, e com chuvas e temporais no Sul foram feitas pelo Instituto Nacional De Meteorologia (Inmet).
“As tempestades, granizos e chuvas intensas ficam mais confinadas no Sul do Brasil. Essa parte central do Brasil continua com muito calor, eventualmente com pancadas de chuva isoladas, mas com temperaturas bem acima da média, fruto do impacto do El Niño”, disse o meteorologista Marcelo Schneider.