A tragédia que cobre de sofrimento o Rio Grande do Sul se mostra numa dimensão inédita e terrível, que atinge o coração de cada brasileiro e desperta, neste momento de dor profunda, o que de melhor se expressa do sentimento humano: a misericórdia e a solidariedade.
O Brasil se une neste momento. Aqui, não cabem divisões políticas nem confronto ideológico. É a hora de união na tragédia, mas também na reação a ela. Se a catástrofe natural foi sem precedentes, se o desastre veio numa proporção antes desconhecida entre nós, se o rastro de destruição choca como nunca antes todo o país, a resposta a tudo isso é o grande desafio que o Brasil precisa enfrentar. Unido, sim, como já está, e mobilizado e consciente, como nunca esteve.
Grandeza e espírito de luta não nos faltam, como comprovam as cenas de dedicação e heroísmo, revelados e confirmados em atitudes de nobreza que emocionam, apesar de exceções que desprezamos.
Este é o Brasil, com sua alma e seu caráter, se apresentando inteiro nesta hora dolorida e que deve, a partir agora, com seu povo e seus governantes, ir para a dura missão da reconstrução. Um Brasil, hoje, mais informado e mais sofrido. Por isso mesmo, determinado a atacar as raízes de novas ameaças naturais, sem repetir os erros, as omissões e as negligências do passado, que comprometeram tantas administrações e facilitaram a história de catástrofes. Catástrofes que agora chegam com esta tragédia a um ponto sem precedentes.
Daqui, elas não podem mais passar. Fazer retroceder, mudar essa história é a melhor homenagem que o Brasil, unido, pode e deve fazer à dor dos irmãos do Sul.