Drogas K representam 13% das intoxicações por entorpecentes em São Paulo

A droga é tão forte que, segundo a polícia, foi proibida pelo próprio crime organizado

Igor Calian

Especialistas alertam para o potencial destrutivo das drogas K, conhecida pelo efeito zumbi. O consumo da chamada maconha sintética explodiu nos últimos anos no Brasil 

De 2021 a 2024, as drogas K já representam mais de 13% das intoxicações por entorpecentes na capital paulista. Produzidas em laboratórios, as drogas K provocam alucinações. Em 2021, foram 25 casos suspeitos de intoxicação. Em 2024, quase 1,1 mil. 

Estão vendidas em pacotes plásticos ou até mesmo nesses pinos muito comuns em outros entorpecentes. Um dos pacotes mostrados à equipe do Jornal da Band tinha selo de qualidade e atrás instruções em quatro línguas, dizendo inclusive que se trata de um incenso. Para despistar a fiscalização, traficantes chegaram a dizer que dentro tinha sais para banho.

A Universidade de São Paulo tem estudado os efeitos para ajudar a polícia no combate à droga. 

“Um dos efeitos desses canabinoides sintéticos é provocar uma aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, arritmia, delírios, né? Tem uns surtos psicóticos, tem rações repetitivas, né? E está totalmente fora da realidade assim. É uma pessoa cardiopata, por exemplo, já poderia morrer com fumando um pino desse”, explicou o toxicologista Maurício Yonamine ao Jornal da Band.

A droga é tão forte que, segundo a polícia, foi proibida pelo próprio crime organizado. A maior facção de São Paulo teme que o uso exagerado atrai a mais repressão e atrapalha o tráfico. Neste ano, mais de 100 kg de canabinóides sintéticos foram apreendidos em São Paulo. 

“Ela [a droga] não chega de fora. Então você não tem como como cercar a estrada, é rodovia, rodoviária, você tem que que procurar para onde ela vai ser distribuída. E aí que a gente tem achado. Ele tem obtido um sucesso significativo ativo nisso”, afirmou o delegado Carlos Castiglioni. 

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