Houve uma reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília, para fazer um balanço das eleições. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Ele admitiu o desempenho ruim nas eleições municipais.
“Nenhum partido ganhou tantas eleições presidenciais do que o PT, e nenhum partido, desde 1989, ganhou ou esteve no segundo turno da eleição presidencial como o PT. Mas, desde 2016, entrou no fim da tabela, no Z4 das eleições municipais”, alertou Padilha.
A derrota de Boulos em São Paulo já era esperada, mas o resultado na periferia da cidade incomodou o presidente. O PT ficou em nono lugar no ranking de prefeituras conquistadas, com 252.
Apesar de defender que a disputa municipal não tem ligação com a presidencial, o PT teme, nos bastidores, uma redução da bancada no Congresso.
O governo também se prepara para uma pressão que deve vir do maior vencedor desta eleição, o PSD. Fontes próximas a Lula apostam que o partido de Gilberto Kassab, que elegeu 887 prefeitos, vai querer mais espaço do que os três ministérios que ocupa no governo.
Os olhos de Brasília, agora, voltam-se para as eleições no Congresso. No Senado, a fatura está praticamente liquidada para Davi Alcolumbre (União Brasil), que costura uma aliança do PT ao PL.
A costura de Alcolumbre é a mesma que Arthur Lira (Progressistas) tenta para o deputado Hugo Motta (Republicanos), mas Elmar Nascimento (União Brasil) e Antonio Brito (PSD) insistem em manter as candidaturas. O governo não quer definir um lado agora, já que precisa do apoio do atual presidente da Câmara para que pautas de interesse sejam votadas.