Dinheiro da Petrobras: Dallagnol negociou em sigilo com os EUA

Ele tratou em sigilo sobre a multa cobrada da Petrobras - sem envolver a Controladoria-Geral da União e o Ministério da Justiça do Brasil

Da redação

Novas mensagens da operação policial que desmascarou a operação Lava Jato mostraram que o ex-procurador Deltan Dallagnol negociava escondido com autoridades dos Estados Unidos e da Suíça, sem o conhecimento do governo brasileiro - o que é ilegal.

Dallagnol chegou a tratar da divisão de dinheiro que a Petrobras pagaria em um acordo para escapar de um processo. Ele tratou em sigilo sobre a multa cobrada da Petrobras - sem envolver a Controladoria-Geral da União e o Ministério da Justiça do Brasil.

Em uma delas, o então procurador diz a um colega suíço que teve uma reunião com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. E que tudo era confidencial.

Na mensagem seguinte, Dallagnol deu detalhes do encontro: "Eles disseram que se a Petrobras pagar algo ao governo brasileiro em um acordo, eles creditariam isso para diminuir sua penalidade, e que o valor poderia ser algo como 50% do valor do dinheiro pago nos EUA."

Dois anos depois das conversas, a Petrobras fechou um acordo com os Estados Unidos. Pagou uma multa de mais de R$ 4 bilhões para não ser processada pelos americanos.

Parte desse dinheiro iria para um fundo que a Lava Jato tentou criar, mas que acabou suspenso pelo Supremo Tribunal Federal. Dallagnol foi procurado e até o momento não respondeu.

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