Dia do Orgulho LGBTQIA+: comunidade se une no combate ao HIV e ao preconceito

Infectologista disse que a pandemia contribuiu para o retrocesso no tratamento contra a Aids

Juliano Dip, do Jornal da Band

O dia 28 de junho é a data escolhida para comemorar o respeito à diversidade, o dia do Orgulho LGBTQIA+.

Lucas Raniel tem HIV há 8 anos. Graças ao tratamento público com antirretrovirais ele está indetectável, ou seja, não transmite o vírus da Aids através de relação sexual. O diagnóstico precoce foi imprescindível. Por isso, o exame é uma das principais bandeiras do influencer.

“Quanto mais a gente se testa, mais a gente sabe como anda a nossa saúde. E não somente pessoas LGBTQIA+”, afirmou.

Apesar da evolução no tratamento, Lucas convive com dois tipos de preconceitos: um por causa de sua orientação sexual e o outro, dentro da própria comunidade LGBT+, por ter HIV.

“A partir do momento que a gente começar a entender que a pauta HIV/Aids tem que ser principal dentro da comunidade, aí as coisas começam a mudar. A gente começa a aprender a se defender de violências que poderiam acontecer com os nossos corpos”, analisou.

Responsável pelo primeiro caso de eliminação do HIV em humanos no Brasil, o infectologista Ricardo Diaz afirma que a pandemia contribuiu para o retrocesso no tratamento.

“As pessoas não tiveram acesso à testagem que a gente costuma fazer e, consequentemente, a gente deixou de incluir pessoas em tratamento”, disse.

4 em cada 10 brasileiros não aceitam a homossexualidade

Apesar de alguns avanços, o preconceito ainda é grande no Brasil. De acordo com uma pesquisa feita pelo PoderData/Band, por conta do dia do orgulho LGBT, 4 em cada 10 brasileiros ainda acham que a homossexualidade não deve ser aceita pela sociedade.

Feita em parceria com o Grupo Bandeirantes de Comunicação, a pesquisa mostra que 60% da população brasileira aceita a homossexualidade, 28% têm visão contrária e 12% não quiseram responder.

“Eu fui expulsa de casa agora, com 20 anos”, relata a influenciadora digital trans Raquel Cristina, ao contar que os pais não aceitaram sua sexualidade.

Para a sociedade civil, o combate à LGBTfobia esbarra na falta de políticas públicas e no apagão de dados sobre crimes contra LGBTs.

“É uma delegacia que não averigua de fato um caso, que não qualifica aquele caso como homofobia, uma LGBTfobia. Nós somos o país que mais mata pessoas LGBT no mundo. É preciso que respeite o outro como o outro é”, explicou a presidente da Associação Nacional de Transexuais e Travestis Keila Simpson.

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