Desvios de dinheiro do tráfico e disputas "racham" PCC e causam mortes

Da Redação, com Jornal da Band

O PCC cresceu demais e agora rachou. Bandidos estão desviando dinheiro do tráfico para enriquecimento próprio. A reportagem é de Rodrigo Hidalgo, no Jornal da Band

O envio de toneladas de cocaína para a Europa é o negócio mais lucrativo para as facções criminosas. E as cifras milionárias acabam mexendo com a ganância dos bandidos. 

Uma investigação recente, divulgada pela imprensa, apontou que as lideranças do PCC nas ruas, que cuidam do tráfico a mando dos chefões nas cadeias, movimentaram mais de R$ 1 bilhão em pouco mais de um ano. Ao saberem disso, por meio de advogados, os chefões passaram a suspeitar de desvios na facção, e ordenaram que os líderes nas ruas fossem cobrados. 

Foi então que um dos principais integrantes do PCC nas ruas, o criminoso Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, questionou um responsável pelo tráfico sobre o repasse dos valores aos chefões. Depois disso, ele desapareceu. A suspeita é de que ele tenha sido assassinado pela cobrança. 

O carro de Nadim Awad Neto foi encontrado abandonado em uma rua da zona norte de São Paulo no mês passado, e ele nunca mais foi visto. O "racha" na facção já teria causado nove assassinatos. 

“Não só por conta da ganância, mas por conta da disputa pelo poder. O poder é algo, realmente, que tem movido as guerras das máfias mundiais, e o PCC não ficaria de fora”, explica Lincoln Gakiya, promotor de Justiça especializado no combate à facção. 

Os investigadores acreditam que "Tuta” e outros responsáveis pelo tráfico estejam escondidos na Bolívia, onde negociam diretamente com os produtores de cocaína o envio da droga para o Brasil pelas regiões de fronteira. As autoridades daqui e de lá trabalham em conjunto para localizar e prender os criminosos. 

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