Talvez a verdade sobre a explosão no hospital na Faixa de Gaza nunca apareça, já que, com as redes sociais, a desinformação sobre o bombardeiro está em alta. Em uma guerra como a de Israel contra o Hamas, a máxima sobre as guerras fica ainda mais grave: a verdade é a primeira vítima do conflito.
Na era digital, a narrativa é uma arma em guerras. O imediatismo das redes sociais, com a busca incessante por engajamento acima da verdade, potencializa esse problema.
A União Europeia, com regulamentação da internet, já alertou Tik Tok, Meta e Twitter de que essas plataformas precisam fazer mais para diminuir a desinformação relacionada à guerra no Oriente Médio. São muitos vídeos e fotos antigas, de outros conflitos, que estão sendo usados agora para atribuir culpa a um dos lados.
Tropeços de governos e contas oficiais ampliam toda a confusão. Israel chegou a divulgar um vídeo para alegar que não foi o responsável pelo ataque ao hospital em Gaza. Confrontado por um especialista sobre a hora que não batia com o momento da explosão, logo depois apagou e recebeu uma chuva de críticas.
Nos ataques do último dia 7, uma emissora Israel chegou a dizer que mais de 40 bebês tinham sido decapitados em ataques a um Kibutz, citando uma fonte do Exército. O número oficial é de três bebês mutilados.
Grandes veículos de imprensa não escapam do conflito de narrativas. O New York Times teve títulos adulterados, a BBC teve até de publicar um pedido de desculpas, após dizer no fim de semana que uma manifestação pró-Palestina defendia atos do Hamas.
A internet pode ser uma boa fonte de informação, mas também de desinformação. Os algoritmos das minhas redes sociais sabem que estou a todo instante buscando por notícias da guerra. Eles se alimentam de muitos conteúdos e de diversas fontes. Mas muita coisa aqui é falsa.
Para os envolvidos diretamente nessa guerra, não há limites. O que vale é que a versão apresentada por um lado se torne verdade. Isso é perigoso e gera consequências em todo mundo, com ódio aumentando cada vez mais e dificultando negociações para a volta da paz.