Uma desembargadora que chegou a ser presa na Bahia em uma investigação sobre venda de sentenças teria recebido um Rolex, relógio de luxo que vale quase meio milhão de reais, como propina.
Proibida de acessar as dependências do Tribunal de Justiça da Bahia, a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago agora enfrenta uma nova acusação. Um relógio rolex de aproximadamente R$ 450 mil, que ostenta no pulso em uma foto, teria sido um presente como pagamento de propina.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, o vendedor do relógio teria dito que o acessório de luxo foi comprado pelo advogado Adailton Maturino dos Santos. Os procuradores acreditam que ele deu de presente para a desembargadora em troca de benefício em uma ação judicial.
Adailton e Maria do Socorro estão entre os investigados na Operação Faroeste da Polícia Federal, que, desde 2019 apura um esquema de venda de sentenças a favor de grileiros de terra no oeste do estado - grilagem é a prática de falsificar escrituras de propriedade.
Adailton Maturino permanece preso, mas a desembargadora foi solta no final de junho por decisão do Superior Tribunal de Justiça.
A Procuradoria-Geral da República informou que o inquérito segue em sigilo no STJ.
Em nota, a advogada da desembargadora Maria do Socorro, Cristiane Damasceno, se disse “perplexa e indignada” com as notícias veiculadas, que a denúncia reprisa fatos já abordados na ação penal e nega todas as acusações.