Depoimento de vigilante descreve explosão de homem-bomba e nega tiros no atentado

PF quer saber se Francisco Wanderley Luiz, o “tio França”, recebeu ajuda de grupos extremistas para provocar explosões em Brasília

Da redação

A Polícia Federal está fazendo o que delegados definiram como "cerco" para ligar todos os pontos que levem ao autor dos ataques, morto em uma das explosões. Neste sábado (16), foram ouvidas pessoas que tiveram contato com Francisco Wanderley Luiz quando ele se preparava para o atentado na última quarta-feira (13). Dois vigilantes do Supremo Tribunal Federal (STF) então entre elas.

Segundo a PF, o vigilante Natanael Silva foi o primeiro a ver um "homem em atitude suspeita, com uma mochila, perto da estátua da justiça, no perímetro do STF". O funcionário confirmou aos delegados o que já havia dito à Polícia Civil: não houve tiros. As autoridades tratam o caso como "autolesão fatal".

Na prática, a “autolesão fatal” caracteriza um suicídio. O termo foi citado três vezes no boletim de ocorrência. No depoimento, Natanael disseque viu quando Wanderley pegou a última bomba, deitou-se e posicionou o artefato na cabeça, até que aconteceu a explosão fatal.

Também foi ouvido o sargento Rogério Pinho, da Polícia Militar (PM), que chegou poucos minutos após a detonação do carro, estacionado no Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Ele disse o seguinte à PF: 

“Se o veículo estivesse em uma área com muitas pessoas passando, poderia ter acontecido uma tragédia (sargento Rogério Pinho)

Possível ajuda de extremistas

A prioridade da PF, agora, é descobrir se o homem-bomba teve ajuda externa para planejar o atentado. A expectativa é que o celular do criminoso e as quebras dos sigilos bancário e fiscal dele apontem se Wanderley recebeu dinheiro ou algum tipo de incentivo de grupos extremistas.

A família de Wanderley já foi ouvida em Rio do Sul, interior de Santa Catarina. Os investigadores estão traçando o perfil psicológico e apurando se ele tinha amigos extremistas.

Loja de fogos de artifícios

Em Brasília, já prestaram depoimento outras pessoas que tiveram contato com o homem-bomba. Entre elas, a mulher que alugou a quitinete para o criminoso, em Ceilândia (DF), e o dono da loja que vendeu os fogos de artifício usados no ataque. 

O dono da loja procurou a polícia, voluntariamente, depois de ver, no noticiário, para qual finalidade os fogos foram comprados. Os investigadores afirmam que Wanderley tinha conhecimento técnico de explosivos, já que conseguiu transformar os fogos em bomba caseira.

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