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Demora na repatriação causa temor e preocupação entre brasileiros que seguem no Líbano

Cerca de 3 mil dos mais de 20 mil que vivem no país já preencheram o formulário da embaixada brasileira em Beirute, pedindo a repatriação

Por Filipe Peixoto

Malas prontas para fugir do conflito que se agrava a cada dia no Líbano. Pelo menos 3 mil brasileiros dos mais de 20 mil que moram no país já preencheram o formulário da embaixada do Brasil em Beirute, pedindo repatriação. 

Carina Kadissi e o filho conseguiram uma passagem aérea e não vão precisar esperar pela missão de repatriação da Força Aérea Brasileira. "Vivi vários conflitos no Líbano, mas não desse jeito como agora, não tem como ficar", afirma Carina. 

Fernanda Mansur, que é bailarina e mora há seis anos no Líbano, está preocupada com a demora na retirada de brasileiros. "Das pessoas que conheço, ninguém está nesse primeiro voo e todos estão muito ansiosos, preocupados, porque cada minuto conta. Ninguém sabe quando vai ser a próxima explosão, se estará perto, se a casa vai ser explodida, todos tensos e loucos para sair de uma vez", afirma. 

O Brasil tem boas relações diplomáticas com Líbano. Por isso, o governo libanês não está criando obstáculos para retirada dos brasileiros e seus familiares. O problema são os bombardeios de Israel, que tornam o espaço aéreo da região perigoso.

Existem rotas alternativas, caso o aeroporto de Beirute seja fechado, como o Mar Mediterrâneo, com um navio levando os brasileiros até o Chipre. Outra saída seria por terra, cruzando a fronteira até chegar à Síria, mas o país vizinho também é alvo de ataques de Israel.

Para o professor de Direito Internacional da USP, Alberto Amaral Júnior, é hora de planejar todas as possibilidades. "No caso de fechamento do aeroporto, será preciso pensar em rotas alternativas, como a saída pelo mar, que parece ser mais segura", afirma. 

Megida Kadri, que mora com o marido e os dois filhos no Líbano, também está à espera do chamado da embaixada brasileira. "Falaram para a gente se preparar, ficar com o celular à mão. A embaixada pode ligar a qualquer momento, mas até agora nada. Não sabemos a hora que eles vão explodir, que eles vão atacar. Não tem mais rotina, uma vida que não é normal", diz. 

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