Defesa de Silvinei não prevê delação: “É para criminoso. Ele é pessoa do bem”

Silvinei é suspeito de usar o efetivo da PRF em operações no dia da eleição para impedir a chegada de eleitores de Lula aos locais de votação

Da redação

Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), preso em Brasília suspeito de impedir a votação de nordestinos, prestou depoimento nesta quinta-feira (10). Para a defesa, ele não deverá fazer delação premiada, pois “é inocente”.

Delação premiada é para criminoso. Ele é uma pessoa do bem (Eduardo Simão, advogado de Silvinei)

As suspeitas contra Silvinei foram levantadas após uma operação da PRF contra transportes com eleitores, sobretudo no Nordeste, reduto eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Investigadores acreditam que houve um plano para prejudicar o favoritismo do petista na região no segundo turno das eleições do ano passado.

Na investigação, a Polícia Federal (PF) reuniu indícios de participação do ex-diretor geral da PRF, de policiais e de assessores do Ministério da Justiça, então comandado por Anderson Torres.

A PF apurou que o efetivo utilizado em operações no dia da eleição foi muito maior no Nordeste, onde Lula teve mais votos. Agentes da PRF que já foram ouvidos no inquérito afirmaram que Silvinei disse, numa reunião fechada, que a instituição deveria ter lado nas eleições. O próprio então diretor-geral pediu voto para o então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Depois, a postagem foi apagada.

O depoimento de Silvinei chegou a ser interrompido após crise de ansiedade do depoente. Hoje, ele vai dormir na Papuda, sem previsão de saída. A defesa entrou com um pedido para que a prisão seja reconsiderada.

O Ministério Público pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a cassação da aposentadoria de Silvinei. O órgão acredita que há indícios de irregularidades na concessão do benefício. O ex-diretor-geral deixou a ativa no fim do ano passado, aos 47 anos, e recebe R$ 18 mil por mês.

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