Cúpula do Brics: Brasil busca apoio da China para ocupar vaga em conselho da ONU

Brasil quer apoio da China para ocupar assento no Conselho de Segurança da ONU em troca de negociar a entrada de novos membros no Brics

Da redação

Antes da Cúpula do Brics (bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) começar oficialmente, o destaque foi a recepção oferecida a X Jinping. O presidente chinês foi o único recebido pelo presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, na sede do governo, em Pretória.

A expansão do Brics já é dada como certa. Como tudo é negociado no campo político e diplomático, o Brasil topa definir as novas regras e os novos membros. Para isso, em troca, quer o apoio da China para ocupar um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), juntamente com a Índia e a África do Sul.

Os países cotados para se tornarem membros permanentes do Brics têm grandes diferenças culturais, políticas, religiosas e de situação econômica. Entre eles, estão Argentina, Etiópia, Indonésia, Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Irã.

Como condições para entrarem no grupo, os países teriam que estar no G20, caso da Argentina e Arábia Saudita, ou fazer um aporte ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD ou banco do Brics), atualmente dirigido pela ex-presidente Dilma Rousseff.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu dirigentes do partido do presidente da África do Sul. Em seguida, esteve com Thabo Mbeki, que foi vice-presidente de Nelson Mandela. O petista ainda falou com brasileiros que atuam no conselho empresarial do Brics. O Ministro da Fazenda participou da reunião.

Brics, G7 e EUA

O presidente brasileiro disse que o Brics não quer se contrapor ao G7, bloco das economias mais industrializadas do mundo, ou aos Estados Unidos, mas destacou a importância econômica do grupo do chamado Sul Global.

“O Brics já ultrapassou o G7 e responde por 32% do PIB mundial em paridade do poder de compra”, disse Lula.

As projeções indicam que os mercados emergentes e em desenvolvimento apresentarão maior índice de crescimento nos próximos anos, previsto para 4% neste ano e no próximo, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Transações com moedas locais

Entre os temas em discussão na cúpula, estão as medidas para usar as moedas dos membros do Brics nas trocas comerciais. O objetivo é reduzir a dependência do dólar. Lula citou o papel do banco no bloco.

“Ao diversificar fontes de pagamento em moedas locais, expandir sua rede de parceiros e ampliar seus membros, o NDB constitui uma plataforma estratégica para promover a cooperação entre países em desenvolvimento”, pontuou Lula.

Ausência de Putin

Vladimir Putin, o único líder que não foi à cúpula por correr risco de ser preso por crime de guerra, manifestou-se por um vídeo gravado. Citou o conflito com a Ucrânia apenas para dizer que a Rússia terá uma boa colheita de grãos e poderá suprir as exportações ucranianas. O russo prometeu ainda doar cereais para a África.

Nesta noite, uma reunião só com chefes de Estados e chanceleres definirá quais países passarão a integrar o Brics.

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