O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a ter 11 ministros com a posse do advogado Cristiano Zanin, ex-defensor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos processos da Lava Jato. O novo magistrado da Corte herdará 520 ações que estavam com Ricardo Lewandowski.
Entre os processos herdados por Zanin, estão casos como a quarentena para indicação de políticos em empresas estatais e o “orçamento secreto”, emendas distribuídas pelo governo federal a parlamentares sem transparência.
Zanin também participará do julgamento sobre criação do juiz de garantias, da descriminalização do porte de drogas por usuários e da atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.
Atuação na Primeira Turma
O novo ministro atuará na Primeira Turma, que não julga processos relacionados à Lava Jato, para evitar que ele precise se declarar impedido nos julgamentos por ter sido advogado de Lula nos processos.
Zanin é o primeiro indicado por lula, neste terceiro mandato, a tomar posse. A partir de outubro, quando a ministra Rosa Weber se aposentar devido à idade, o petista poderá indicar mais um nome.
Perfil do ministro
Com 47 anos, Zanin pode ficar no STF por até 28 anos, já que os ministros são obrigados a se aposentarem aos 75.
Filho de advogados, o ministro nasceu em Piracicaba, interior de São Paulo. Anos após se formar, associou-se ao escritório que mais tarde defenderia Lula nos processos da Lava Jato, encabeçados pelo então procurador Deltan Dallagnol (atual deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral) e pelo então juiz Sergio Moro (atual senador pelo União Brasil).