A conta de luz vai subir de novo por causa da seca que afeta as usinas hidrelétricas. Apesar da gravidade da situação, o risco de um apagão este ano foi descartado.
A falta de chuvas que esvaziou os reservatórios das hidrelétricas fez o governo acionar as usinas termoelétricas, que tem custo mais alto, pra garantir a geração de energia.
Para cobrir a nova despesa, em junho, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) adotou a bandeira vermelha 2 - nível máximo. São R$ 6,24 a mais na conta de luz, a cada 100 Kwh (kilowatt/hora) consumidos.
O diretor da agência confirmou que a conta vai ficar ainda mais cara. Esse adicional será reajustado em 20% próximos dias. Para 2022, a alta estimada é de 5% nas contas de luz.
"Nós conseguimos fazer com que os aumentos que tão ocorrendo no país ao longo desse ano para o consumidor residencial fiquem na casa do 7%, 7,5%”, explicou André Pepitone da Nóbrega, diretor da Aneel.
Os reservatórios que abastecem as regiões Sudeste e Centro-Oeste estão com menos de um terço (30,63%) da capacidade. As represas de Água Vermelha (7,58%) e Marimbondo (8,01%) têm os níveis mais críticos. É a pior falta de água em 91 anos. Apesar disso, o Operador Nacional do Sistema (ONS) descarta risco de apagão.
"Do ponto de vista das ações planejadas para 2021, elas atendem a energia e potência deste ano e já nos preparam para o ano de 2022”, garante Luís Carlos Ciocchi, diretor da ONS.
Mas o governo discute um possível racionamento. As medidas foram debatidas nesta terça-feira (15) pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O deputado afirmou que uma medida provisória vai dar respaldo jurídico às ações que devem ser tomadas.
Segundo Lira, o racionamento seria semelhante ao adotado em 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Na época, houve multa e até corte no fornecimento para quem não diminuiu o gasto de energia.
O governo estuda uma campanha para incentivar a redução de consumo principalmente no horário de pico, no início da noite. Já foi autorizada a importação de energia da Argentina e do Uruguai, e serão realizados novos leilões para a compra de energia de pequenas usinas.
Corte de energia de inadimplentes de baixa rende segue suspenso
O corte de energia vai continuar suspenso para quem é de baixa renda e atrasou o pagamento da conta de luz. As informações são de Carolina Vilela, no Jornal da Band.
A decisão da Aneel vale para consumidores da chamada tarifa social e beneficia cerca de 12 milhões de famílias em todo o país.
Mesmo se estiverem inadimplentes, o corte de energia não vai ser feito.
A medida, que se encerraria no dia 30 de junho, agora fica em vigor até 30 de setembro.
Ela foi adotada para que os consumidores tenham mais tempo de negociar as contas, além de uniformizar regras aplicadas pelas distribuidoras de energia elétrica, já que governos locais têm emitido diferentes decretos.