Seis dias após o anúncio do rombo de R$ 20 bilhões nas contas das Americanas, promotores de Justiça pediram ao Tribunal de Contas da União que apure se houve omissão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza o mercado de ações.
O CEO que revelou a informação contábil até então escondida, e ficou apenas nove dias no cargo, disse pelas redes sociais que descobriu a situação após entrevistar executivos.
No texto, Sérgio Rial afirma que "jamais transigiria com sua biografia", refutando rumores de que ele já tinha conhecimento das dívidas maquiadas.
As ações das Americanas já caíram mais de 80%. Até pequenos investidores de fundos que apostam em papéis da empresa estão registrando perdas.
O varejo é um setor altamente competitivo. Manter-se no mercado é um desafio até mesmo para grandes redes. No Brasil, dívidas bilionárias já foram responsáveis por colocar um ponto final em marcas conhecidas nacionalmente.
As lojas Mesbla e Mappin encerraram as atividades no fim da década de 90 com alto endividamento. Na mesma época, a rede Ultralar decretou falência, após quase 50 anos de atividade. A rede Arapuã, especializada em eletrônicos, chegou a ter mais de 200 lojas antes de fechar as portas em 2002.
Mas a derrocada dessas empresas não afetou o mercado de capitais, como acontece agora no caso das Americanas.
No cenário internacional, a companhia americana Enron é um dos casos mais emblemáticos de abalo no mercado de ações. A empresa, que pediu falência em 2001, escondeu dívidas e maquiou lucros. Executivos foram investigados e até presos.