A pessoa abre a rede social. Um dos amigos anunciam produtos que não quer mais. O preço é bom e o vendedor é conhecido.

A fisioterapeuta Natália Salles não teve dúvidas: transferiu R$ 4 mil por três itens que nunca recebeu.

“Fiz a transferência do Pix pela conta da minha avó, porque eram para ela as coisas”, contou. “Quando foi 20h30, que era para ela chegar na minha casa para eu entregar as coisas, eu já não consegui contato com ninguém.”

O perfil da amiga tinha sido invadido por bandidos se fazendo passar por ela. Dois meses depois, a própria Natália teve a conta hackeada, assim como o e-mail e o chip do celular.

“Eu fui postar o vídeo, estava no story, com as mãos livres com o telefone. Hora que eu postei, eu vi que tinha alguém postando ao mesmo momento que eu uma geladeira”, lembrou a fisioterapeuta. “Entrei nas configurações e vi que tinha um Moto G6 de Bragança Paulista logado no meu Instagram”, acrescentou.

Relatos assim têm se multiplicado. Primeiros os bandidos invadem uma conta no Instagram. Depois, passam a aplicar golpes nos contatos daquela pessoa.

A ação dos criminosos acompanha o hábito cada vez mais frequente de comprar e vender algo por meio da plataforma. E também exige mais cuidado por parte dos usuários.

“As pessoas precisam navegar na internet como se estivessem caminhando num bairro perigoso de madrugada. A desconfiança deve ser absoluta. Desconfie de tudo e de todos”, orienta o advogado Luiz Augusto Filizzola.

“Sempre verificar se aquela pessoa que vende no Instagram é, de fato, aquele seu conhecido - por exemplo, com uma ligação no número do telefone, ou até uma troca de mensagens no WhatsApp”, completa.

Em nota, o Instagram orienta os usuários a fazer a identificação em dois fatores, que avisa toda tentativa de acesso suspeito. Também não se deve compartilhar links ou códigos de acesso recebidos do Instagram por SMS ou WhatsApp. A empresa também reforça que nunca envia mensagens privadas para os usuários.