Mansões, carros de luxo, lanchas, helicópteros. O narcotráfico internacional faz com que os chefões do PCC (Primeiro Comando da Capital) adquiram um patrimônio milionário. A ocultação da origem dos valores é feita por meio de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que envolve, entre outros, remessas ao exterior para evitar o rastreamento.
Agora, uma investigação da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo identificou um dos principais doleiros da facção: Wilson Decaria Júnior, o Tio.
O bandido já era conhecido da Justiça, mas por outro crime: ele é apontado como mandante do assassinato de um advogado por causa de uma dívida milionária, em junho de 2019.
Ao cruzar informações durante a Operação Tempestade, deflagrada nesta segunda-feira (3), os policiais descobriram que o criminoso – que já havia sido preso – era o mesmo Tio apontado nas investigações como o responsável por lavar grande parte da fortuna que o PCC recebe com a venda de cocaína para grupos criminosos europeus.
Até então, a Promotoria só tinha o apelido dele. Ao descobrir seu nome, veio a confirmação.
Planilhas do crime organizado mostram quantias milionárias de dinheiro do tráfico movimentadas com a ajuda de Tio. O criminoso, no entanto, está desaparecido desde junho, quando foi solto por um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal).