O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (11), o ex-ministro do Supremo Tribunal (STF) Federal Ricardo Lewandowski como o novo ministro da Justiça e Segurança Pública. Ele entra no lugar de Flavio Dino, que agora irá para a Suprema Corte como substituto da ex-ministra Rosa Weber.
Enfrentar o crime o organizado e apresentar uma reforma do sistema prisional, cobrada pelo STF, estão entre os desafios de Lewandowski.
Dino fica no ministério até a posse de Lewandowski, no dia primeiro de fevereiro. Na sequência, reassumirá a vaga de senador até o dia 22 do mesmo mês, quando renuncia para vestir a toga no STF.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez questão de ressaltar que não dará palpite na montagem da equipe do ex-STF.
“Eu quero que as pessoas montem o time que ele vai jogar. Eu, se fosse técnico de futebol, não permitiria que o presidente do meu time, por mais importante que fosse, fosse escalar o meu time. O meu time sou eu que escalo. Se eu perder, me tirem. Se eu ganhar, eu continuo”, disse Lula.
Situação de Cappelli
Segundo aliados, Lula fez um único pedido, manter o diretor-geral da Policia Federal, Andrei Passos, à frente da corporação. Lewandowski deve nomear o jurista Manoel Carlos de Almeida Neto como secretário-executivo da pasta. Já o atual ocupante, número 2 do ministério, Ricardo Cappelli, recusou a Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Por uma rede social, Cappelli afirmou que não pediu demissão e que sairá de férias com a família e voltará para colaborar na transição.
Histórico de Lewandowski
Indicado para o Supremo pelo próprio Lula, em 2006, Lewandowski presidiu a Corte de 2014 a 2016. Ele deixou a toga em abril do ano passado, ao completar 75 anos, quando um ministro é obrigado a se aposentar.
Na maior crise do primeiro mandato do PT, época do mensalão, Lewandoswki foi revisor das ações e votou pela absolvição de nomes como o do ex-presidente do PT José Genoíno.
No julgamento do impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, num movimento inédito, manteve os direitos políticos da ex-presidente.
Lewandowski também garantiu à defesa de Lula o acesso às mensagens hackeadas de membros da Operação Lava Jato, obtidas pela PF. O material foi usado no julgamento que declarou a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, atual senador pelo União Brasil, e livrou o petista das acusações que o levaram à prisão em Curitiba.
A lealdade de Lewandoswki e a experiência dele na vida pública foram decisivas para escolha. Lula avaliou que é importante ter alguém como o ex-ministro STF perto.