
Depois de viver mais um ano sob bombardeios, as crianças sobreviventes da guerra na Faixa de Gaza tiveram alguns momentos de esperança e voltaram a estudar. Parecia que poderiam sonhar com uma volta a rotina, mas durou pouco. Com o fim do cessar-fogo entre Hamas e Israel, os bombardeios israelenses recomeçaram e deixaram dezenas de crianças mortas.
"A gente acorda com barulho de explosão às duas da manhã. A gente sai correndo sem destino, sem ideia para onde devemos ir", disse uma das crianças.
O Unicef alerta: quase todas as 1,2 milhões as crianças de Gaza precisam de apoio psicológico. E, mais: nove em cada dez crianças disseram que sentem que podem morrer a qualquer momento. De tanto sofrer, a metade já pensou em morrer.
“Qual é a culpa dessas crianças? Imagina você passar o começo da sua vida inteira sentido medo, vendo coisas horrorosas. Que adultos vamos formar?”, questionou o pai de uma das crianças.
O sol mal havia nascido nesta terça-feira, e já se contavam 85 mortos. Entre os corpos resgatados dos escombros, há muitas mulheres e crianças. Israel avança com sua estratégia de expandir a zona de segurança, dividindo Gaza ao meio.
Enquanto os ataques continuam, o Hamas reage. Três foguetes foram disparados contra Tel Aviv. O grupo rebelde Houthis, que atua a partir do Iêmen, também fez ataques e lançou mísseis contra Israel. No corre-corre para buscar um bunker por perto, 13 israelenses se feriram.
O Hamas reafirmou seu compromisso com o cessar-fogo assinado em janeiro e disse estar em contanto com negociadores para pressionar Israel a respeitar o acordo e parar com os ataques.
O governo israelense justificou a ofensiva alegando que o Hamas se recusou a libertar reféns e estaria utilizando o cessar-fogo como um disfarce para reorganizar suas forças.
Benjamin Netanyahu afirmou que Israel poderá ampliar suas operações militares também na Cisjordânia, justificando a medida como parte da luta contra grupos militantes palestinos.