Pelo segundo ano seguido, em 2022, os donos de veículos não vão precisar pagar o seguro obrigatório. Apesar de não faltar dinheiro no caixa do DPVAT, quem precisa da indenização demora para receber.
Rian Goularte Ferreira sofreu um acidente de moto em maio de 2021. Bateu a cabeça e, até hoje, tem problemas de visão e dificuldade para caminhar. Ele acionou o seguro DPVAT em busca da indenização que tem direito as vítimas de acidentes de trânsito no Brasil.
“A gente fez tudo certinho, assinei os papéis todos e, até agora, por eles nada”, disse o controlador de mercadorias. O pagamento deveria ser feito em 30 dias após o pedido, mas já são três meses de espera. Um dinheiro que faz falta.
O DPVAT não foi cobrado este ano e também não será cobrado em 2022, porque o governo avaliou que há dinheiro suficiente em caixa, arrecadado nos anos anteriores. Desde janeiro, a gestão das indenizações é feito pela Caixa Econômica Federal (CEF).
O pedido pode ser feito pelo aplicativo do banco ou na rede de agências, mas as reclamações sobre dificuldades e demora no atendimento aumentaram depois que o banco assumiu o seguro.
“A gente chega na agência da Caixa e eles mandam voltar e fazer em casa por aplicativo. Eles acabam gerando pendência de documentos que já foram enviados”, diz Mateus Ferrari, consultor de seguros.
A Superintendência de Seguros Privados informou que 41 mil indenizações foram pagas pela Caixa de janeiro a outubro, em um montante de R$ 172 milhões. Segundo a Susep, os mesmos patamares de anos anteriores.
Segundo a Caixa, 86% dos pedidos foram finalizados ou estão aguardando documentos pendentes dos solicitantes.